viernes, 28 de febrero de 2014

A cópula dos animais fá-los invisíveis

(La cópula de los animales los vuelve invisibles)
publicado originalmente en Cuadrivio, abril del 2013
versión al portugués de Bruno Sousa Villar

Lançaram-lhes água para debandarem,
Para lhes desmascararem a alma,
Para soltarem os cães os cães soltos
Do show impúdico das pudendas,
E a nós, evitaram as peras,
Com água curada de espanto,
E lágrimas postiças.

Soltos graças aos folgazões,
em retalhos do mais lascivo
Que nem o tordo mais tardio
Se viu animalar assim, como se tal coisa,
não sendo etérea
a puta de Girondo
de tordo teve
o que a deteve
de cantar.

Trata-se de um desaparecimento elementar.

Não é coisa de fugir
Dos baldes de água fria, miúda
No máximo
Fazer-se infinitamente pequeno
cabendo num abraço
ou no pedaço de uma perna,
na cavidade da axila onde não nos encontrem,
de onde nunca nos vissem,
de modo que invisíveis
são os quartos de hotel,
das cenas de crime,
de insuportável espectáculo
para o olhar,
excepto o pássaro de sangue
couraçado no caixote do lixo
disfarçando mal
os estragos do teu período nos lençóis,
nas paredes e no grumosos pêlos púbicos.

Fizemos mal em aparecer,
Em frente do templo,
miúda,
Com os beiços coagulados , enfadados,
Como tigres,
Alegres a seu modo,
Depois de estriparem algo
Com asas.

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